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terça-feira, 27 de maio de 2025

Guiné 61/74 - P26851: Convívios (1033): Rescaldo do Encontro do pessoal do BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71), levado a efeito no passado dia 24 de Maio de 2025, em Arganil (Ernestino Caniço, ex-Alf Mil Cav)

1. Mensagem do nosso camarada Ernestino Caniço, ex-Alf Mil Cav, CMDT do Pel Rec Daimler 2208 (Mansabá e Mansoa) e Rep ACAP - Repartição de Assuntos Civis e Ação Psicológica, (Bissau) (1970/1971), com data de 26 de Maio de 2025:

Caros amigos
Votos de ótima saúde.

Realizou-se um convívio de camaradas do BCAÇ 2885, que esteve sediado em Mansoa.
Anexo algumas fotografias para publicitação no blogue se assim o entenderem.
O evento ocorreu junto ao Santuário do Mont´Alto no concelho de Arganil, distrito de Coimbra.

O Santuário (mariano) culmina numa capela situada a 615 metros de altitude (no mais alto do cômoro), onde os peregrinos se dirigiam (outrora único caminho) em romaria e devoção, passando por 6 Ermidas dedicadas a vários Santos. As Ermidas servem como descanso e alívio, em virtude de ser caminho comprido e escabroso por o monte ser muito alto.
O santuário assume-se também, como um miradouro privilegiado, proporcionando vistas deslumbrantes sobre o rio Alva, a serra do Açor e os campos circundantes.

Um grande abraço
Ernestino Caniço


Foto 1 - Aspecto da sala
Foto 2
Foto 2 e 3 > Entradas servidas no exterior
Foto 4 > Ex Alf Ernestino Caniço, ex-Alf Jacinto Rodrigues, ex-Cap Jorge Picado, ex-Alf Martinez
Foto 5 > Jorge Picado, César Dias
Foto 6 > César Dias
Foto 7 > Jorge Picado
Foto 8 > César Dias
Foto 9 > Ernestino Caniço, Jacinto Rodrigues, Jorge Picado, Martinez
Foto 10 > Jacinto Rodrigues, Ernestino Caniço
Foto 11 > César Dias, Ernestino Caniço, Jacinto Rodrigues
Foto 12 > Jorge Picado, Martinez, ex-Fur Filipe

Fotos enviadas e legendadas por Ernestino Caniço. Editadas por CV
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Nota do editor

Último post da série de 26 de maio de 2025 > Guiné 61/74 - P26848: Convívios (1032): No rescaldo do nosso encontro (Famílias Crisóstomo & Crispim + amigos), Torres Vedras, Convento do Varatojo, 25/5/2025 (João Crisóstomo, Nova Iorque)

sexta-feira, 25 de abril de 2025

Guiné 61/74 - P26728: O nosso livro de visitas (227): Jacinto Rodrigues, ex-alf mil, de rendição individual, cmdt do Pel Caç Nat 57 (Cutia, Mansabá e Cutia, set 1969 / set 1971)



Guiné > Região Oeste  > Mansoa > Cutia > Destacamento de Cutia > c. 1970 > Foto enviada  pelo César Dias, ex-fur mil sapador, CCS / BCAÇ 2885, um batalhão que esteve em Mansoa desde maio de 1969 a fevereiro de 1971, e a que pertencia a CCAÇ 2589, de que o nosso grão-tabanqueiro Jorge Picado foi um dos comandantes, de  24/2/1970 a 15/2/1971. Estranhamente, Cutia não vem nas cartas nem de Mansoa nem de Farim. Ficava a nordeste de Mansoa, na estrada Mansoa-Mansabá.

Foto (e legenda): © César Dias (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Bogue Luís Graça & Camaradas da Guiné


1. Comentário do nosso camarada Jacinto Rodrigues ao poste P25753 (*):  

Boa tarde! Como alferes miliciano, comandei o Pel  Cac Nat  57 durante dois anos, entre 23 setembro de 1969 e setembro de 1971. 

Em setembro de 1969 o Pel Cac Nat 57 estava sediado em Cutia, tendo sido deslocado para Mansabá em fevereiro de 1970.

Fui substituir o alferes miliciano Trigo, natural de Bissau. 

O Pel Caç Nat 57 após a construção (com asfaltamento) da estrada entre Mansabá e Farim, regressou a Cutia onde se manteve, pelo menos, até à data do final da minha comissão.

Por hoje fica este apontamento. Espero voltar aqui para falar do meu pelotão e da sua actividade, lembrando os soldados que, infelizmente, foram abandonados e, tanto quanto sei, foram executados após a retirada dos portugueses.

Um abraço para todos os Camaradas. 
Jacinto Rodrigues

2. Comentário do nosso coeditor Carlos Vinhal ao poste P18094 (*):

Se bem me lembro, a tropa de Mansabá e de Cutia estava adstrita ao Batalhão de Mansoa (BCAÇ 2885). 

Lembro-me de o Pel Caç Nat 57 estar em Mansabá, da qual recordo o oficial, o alferes Rodrigues e de dois dos três Furriéis, o Espanhol, de quem não sei nada, e do Pires, com quem tenho contacto através do facebook. 

A determinada altura, a CART 2732 passou para o COP 6, sediado em Mansabá. Por sua vez o Pel Caç Nat 57 foi para Cutia, zona que (...) era da responsabilidade de Mansoa. (...) (e onde perrmaneceu até ser desativado/extinto em agosto de 1974).

Carlos Vinhal



3. Comentário do editor LG:

Jacinto Rodrigues, és bem vindo. Obrigado pelo teu contacto (entre antigos camaradas de armas, tratamo-nos por tu, é mais simples, dá mais jeito e encurta distâncias)...

Ficas desde já convidado a integrar a Tabanca Grande: não é nenhum clube, apenas uma tertúlia virtual... que reune os amigos e camaradas da Guiné, representados neste blogue (que tem já 21 anos de existência). Não há joia nem quotas... Apenas 2 fotos tuas, tipo passe, uma mais ou menos atual e outra do "antigamente" da tropa e da guerra...

Depois de seres apresentado à malta (somos já 901 entre vivos e falecidos), podes partilhar as tuas memórias, histórias, fotos, etc. da Guiné e da subunidade  que comandaste.

Sobre o Pel Caç Nat 57,  constituído dos soldados balantas do recrutamento local, já sabemos então que;

(i) foi criado em Mansoa pelo alf mil Fernando Paiva, de rendição individual ;

(ii) esteve no CTIG de abril de 1967 a abril de 1969;

(iii)  "a pá e pica, construímos o Destacamento de Bindoro, onde permaneci, até julho de 68, quando fui transferido para Bolama";

(iv) a seguir deve ter vindo o alf mil Trigo, até setembro de 1969;

(v) depois vieste tu...

(vi) o Pelotão será extinto em agosto de 1974, tal como as demais subunidades e unidades constituídas por militares do recrutamento local. 

Aguardamos, com expetativa,  mais notícias tuas (**). 
LG
_______________

Notas do editor LG:

(*) Sobre o Pel Caç Nat 57 temos ainda escassas referências:



17 de julho de 2024 > Guiné 61/74 - P25753: Para a história do Pel Caç Nat 57 (Mansoa, Bindoro, Mansabá, Cutia, 1967/74) - Parte I: O seu primeiro comandante, o ex-alf mil Fernando Paiva, hoje produtor de vinho verde biológico, na Quinta da Palmirinha
 


26 de maio de 2023 > Guiné 61/74 - P24342: Álbum fotográfico do Padre José Torres Neves, ex-alf graduado capelão, CCS/BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) - Parte X: mais fotos do destacamento e tabanca de Cutia

 

29 de março de 2022 > Guiné 61/74 - P23122: (In)citações (202): Criei o Pel Caç Nat 57, construi o destacamento de Bindoro, a pá e pica, e vivi diaramente, ombro a ombro, com esses fantásticos balantas da região do Oio (Fernando Paiva, ex-alf mil, cmdt Pel Caç Nat 57, Mansoa, Bindoro e Bolama, 1967 / 1969)
 


17 de dezembro de 2017 > Guiné 61/74 - P18094: Em busca de ... (285): Camaradas do meu pai, João Arindo Canha, que pertecenceu ao Pel Caç Nat 57, e esteve em Cutia, na região do Oio (Henrique Canha)
 


2 de fevereiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9431: O Nosso Livro de Visitas 126): Fernando Paiva, Pel Caç Nat 57, Mansoa e Bindoro, abril de 1967/abril de 1969


(**) Último poste da série > 8 de janeiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26361: O nosso livro de visitas (226): João Maria da Cruz Teixeira Pinto, bisneto do João Teixeira Pinto (1876-1917): o único descendente masculino vivo, em linha reta, do antigo aluno, nº 144/1888, do Colégio Militar, "o Pinto dos Bigodes"

sábado, 1 de março de 2025

Guiné 61/74 - P26539: Álbum fotográfico do Padre José Torres Neves, ex-alf graduado capelão, CCS/BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) - Parte XXII: Mansabá, novembro de 1970, por ocasião da missa de sufrágio por alma do alf mil art MA, Armando Couto, da CART 2372, vitima de mina IN




Foto nº 1 e 1A > Guiné > Zona Oeste > BCAÇ 2885 (Mansoa) > Mansabá > "Cerimónia fúnebre" (possivelmente a missa de sufrágio que o Padre Zé Neves rezou em Mansabá, no dia 11 de outubro de 1970, em memória do malogrado Alf Mil Art MA Armando Couto, da CART 2732, vítima de uma mina IN cinco dias antes, como nos informa o Carlos Vinhal).  O edifício parece ser o do posto administrativo.


Foto nº 2 > Guiné > Zona Oeste > BCAÇ 2885 (Mansoa) > Mansabá > Cerimónia fúnebre em homenagem ao Alf Mil Art MA Armando Couto: a presença dos Homens Grandes de Mansabá



Foto nº 3 > Guiné > Zona Oeste > BCAÇ 2885 (Mansoa) > Mansabá >   Em segundo plano, à esquerda, a casa do chefe de posto; a messe de oficiais ficava em frente ao posto, junto ao edifício do Comando e Secretaria" (segundo a informação do Carlos Vinhal)
 


Foto nº 4 > Guiné > Zona Oeste > BCAÇ 2885 (Mansoa) > Mansabá > Putos


Foto nº 5 > Guiné > Zona Oeste > BCAÇ 2885 (Mansoa) > Mansabá > Putos que estavam a guardar o gado: vendo a coluna passar...


Foto nº 6 > Guiné > Zona Oeste > BCAÇ 2885 (Mansoa) > Mansabá > Entrada, vindo de Bafatá...Ao fundo o quartel, com destaque para o inevitável depósito de água, como nos restantes quartéis (excelente referência para a artilharia do IN)


Foto nº 6A > Guiné > Zona Oeste > BCAÇ 2885 (Mansoa) > Mansabá > O aquartelamento visto da entrada (de quem vinha de Bafatá, a sudeste)


Foto nº 7 > Guiné > Zona Oeste > BCAÇ 2885 (Mansoa) > Mansabá > Um poilão centenário, gigante, que morreu de pé (1): vítima de um temporal, acabou por ser cortado mais tarde pela engenharia militar...


Foto nº 7A > Guiné > Zona Oeste > BCAÇ 2885 (Mansoa) > Mansabá > Um poilão centenário, gigante, que morreu de pé (2)...



Foto nº 8 > Guiné > Zona Oeste > BCAÇ 2885 (Mansoa) > Mansabá > Futura avenida



Foto nº 8A > Guiné > Zona Oeste > BCAÇ 2885 (Mansoa) > Mansabá > Moranças


Foto nº 9 > Guiné > Zona Oeste > BCAÇ 2885 (Mansoa) > Mansabá > Espaldáo do morteiro 81


Foto nº 9A > Guiné > Zona Oeste > BCAÇ 2885 (Mansoa) > Mansabá > Pormenor do espaldão do morteiro 81 e, ao fundo, à esquerda, o "castelo"



Foto nº 10 > Guiné > Zona Oeste > BCAÇ 2885 (Mansoa) > Mansabá > Chegada do mato: um bazuqueiro...


Guiné > Zona Oeste > BCAÇ 2885 (Mansoa) > Mansabá > 1970> Fotos do álbum do Padre José Torres Neves.


Fotos (e legendas): © José Torres Neves (2025). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




1. Mensagem do Ernestino Caniço (zeloso e diligente guardião do álbum fotográfico da Guiné, do padre missionário José Torres Neves):


Data - 01/02/2025, 20:10

Assunto - Fotos do Álbum Padre Zé Neves


Caros amigos, boa noite;

Que a saúde esteja no alto, nosso bem mais precioso.

Anexo mais fotos de Mansabá, do álbum do Padre Neves.

Sobre Mansabá existem mais 20 fotografias que serão enviadas oportunamente.

Grande abraço,

Ernestino Caniço


2. Nota do editor LG:


Continuação da publicação das fotos relativas a Mansabá, do álbum da Guiné do nosso camarada José Torres Neves, ex-alf graduado capelão, BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) (*).

Membro da nossa Tabanca Grande, nº 859, desde 2 de março de 2022, é missionário da Consolata, tendo sido um dos 113 padres católicos que prestaram serviço no TO da Guiné como capelães. No seu caso, desde o dia 7 de maio de 1969 a 3 de março de 1971. Veio recentemente de África, vive agora em Lisboa com a boniuta idade de oitenta e muitos.

 Por Mansabá passaram diversos camaradas nossos, que fazem parte da  Tabanca Grande, o Carlos Vinhal e tantos outros: Francisco Baptista, José Carvalho, Vitor Junqueira, Ernesto Duarte, António Pimentel, António J. Pereira da Costa, Ernestino Caniço, Carlos Pinto, Jorge Picado, Manuel Joaquim, José Rodrigues, etc. (são apenas alguns dos nomes que nos vêm à cabeça)...

Sobre Mansabá temos cerca de 340 referências no nosso blogue. Em 11 de novembro de 1970, foi criado ou reativado o COP 6, com sede em Mansabá, abrangenmdo os subsetores de Mansabá e Olossato. O objetivo era assegurar a continuação e o bom andamento da construção da estrada Mansabá-Farim.

3. Comentários dos nossos camaradas que andaram por estas bandas :

(i) Césdar Dias:

Luis, o Padre Neves visitava todos os destacamentos do sector de Mansoa, os mais próximos era visita de médico, nos outros ficava alguns dias, como Mansabá fez parte do sector de Mansoa ele não deixaria de se preocupar com a guarnição, mas não fomos contemporaneos pois eu estive em Mansabá de novembro de 70 a fevereiro de 71, e não me recordo do Padre Neves ter lá ido nessa data.

Mas o Padre Neves provavelmente esteve em Mansabá antes do sector passar para o COP6.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2025 às 15:49:00 WET 

(ii) Carlos Vinhal:

Caro César Dias: O Pe. Neves rezou em Mansabá, que me lembre, uma Missa de sufrágio, no dia 11 de outubro de 1970, em memória do malogrado Alf Mil Art MA Armando Couto, da CART 2732, vítima de uma mina IN 5 dias antes.

Como bem referes, Mansabá passou a sede do COP6 em meados de Novembro, deixando a CART 2732 de estar adstrita ao BCAÇ 2885.
sexta-feira, 10 de janeiro de 2025 às 17:22:00 WET 


(iii) Carlos Vinhal:

(,,,) Na estrada Mansoa-Mansabá, só em 1973 morreram 18 camaradas, entre metropolitanos e guineenses. Em Janeiro de 1972 morreram 2 camaradas da minha CART 2732.

No meu tempo, entre Mansabá e Farim, rebentou em julho de 1971 uma mina no Bironque, aparecendo outra em dezembro, no mesmo local, detectada pelos meus camaradas da 2732 e levantada por mim.
Fazer colunas entre Mansoa e Farim nunca foi pacífico. (...)


(iv) Carlos Vinhal:

Na foto n.º 9 (*) aparece ao fundo, na estrada de acesso a Mansabá, um gigantesco oiláo, muito velhinho, que um temporal derrubou. Foi preciso vir a Engenharia para o remover. Enquanto lá permaneceu causou imensos transtornos ao tráfego local, principalmente nas horas de ponta.

Nas fotos 12 e 12A parece-me reconhecer o abrigo da Mancarra. Posso estar enganado.

O Castelo era um ponto muito importante na defesa de Mansabá, estava integrado na povoação. Situado na estrada Mansoa-Farim, onde havia uma bifurcação para a alameda de acesso à Porta de Armas do quartel. Estava equipado com um Breda que cobria uma área muito abrangente. Confesso que não me lembro do nome dos nossos militares que lá viviam em permanência.


(v) Ernestino Caniço:

A CCAÇ 2403 a que o meu Pel Rec Daimler 2028 esteve adstrito cerca de 2 meses e era comandada pelo capitão Carreto Maia, antecedeu a CART 2732.

Não era infrequente a deslocação do Padre Neves aos aquartelamentos do setor de Mansoa, nomeadamente a Mansabá.

Pelo menos uma vez, quando eu estava em Mansoa, acompanhei-o a Mansabá tendo-nos deslocado em avioneta Dornier (já relatei esse episódio neste blogue). Terá deixado de ir a Mansabá quando esta passou a ser a sede do COP 6, como referem os amigos César Dias e Carlos Vinhal.

Como diz o Carlos Vinhal,  fazer colunas entre Mansoa e Farim nunca foi pacífico. Eram frequentes as emboscadas entre Cutia e Mansabá na zona da serração (normalmente as colunas eram “protegidas” por uma Daimler do meu pelotão, até não ter peças para a sua manutenção). Por essa razão o pelotão acabou por ser desativado, apesar das minhas tentativas de aquisição das indispensáveis peças.

Durante o alcatroamento da estrada Bironque – Farim (K3) os ataques eram praticamente diários. A estrada Mansabá - Bironque já estava alcatroada.

A estrada Bissau Mansoa era apelidada a linha de Sintra (segundo um capitão meu amigo e ex colega de liceu, já falecido, quando fui comandar a coluna que o escoltou de Bissau a Mansoa, para integrar o BCAL 2885). (mais tarde penso que houve um ataque entre Mansoa e Nhacra).

 
sábado, 11 de janeiro de 2025 às 16:18:00 WET 

 
(Revisão/ fixação de texto, legendagem complementar, edição e numeraçáo das fotos: LG)

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Nota do editor:

(*) Último poste da série > 10 de janeiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26370: Álbum fotográfico do Padre José Torres Neves, ex-alf graduado capelão, CCS/BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) - Parte XXI: Mansabá, a "avenida", "o castelo"... (legendas precisam-se)

sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Guiné 61/74 - P25987: O nosso álbum de memórias de... Taviráfrica - Parte I: quase todos nós, "tavirenses", temos uma relação de amor-ódio em relação àquela terra e àquele quartel...


Foto nº 1 > Tavira > CISMI > Julho de 1968 > A chegada ao quartel da Atalaia dos novos instruendos do 1º Ciclo do CSM, vindos de todo o país, num comboio ronceiro. Fila do pessoal para receber fardamento. Foto do Fernando Hipólito, gentilmente cedida ao César Dias e ao nosso blogue.

Esta cena podia passar-se também à porta do RI 5, nas Caldas da Rainha. Esta rapaziada, chamada pela Pátria para cumprir o serviço militar obrigatório (em tempo de guerra...), em finais da década de 1960 já tem um outro "look", a começar pelo vestuário... Tem outras habilitações literárias, outra  postura...

Presume-se que as belas cabeleiras, à moda dos "Beatles", já tinham ficado ingloriamente no chão do barbearia lá da terra ou, "in extremis",  de Tavira... Muitos fotam tosquiados à máquina zero, suprema humilhação para um jovem da época!... Não, já não é a mesma malta que parte, de caqui amarelo e mauser, para defender as Índias & as Angolas, uns anos antes ... O velho Portugal onde tínhamos nascido, estava a mudar, lenta mas inexoravelmente. E a nova geração, a nossa geração, nascida no pós-II Guerra Mundial,  já não estava disposta a suportar os mesmos sacrifícios dos seus pais e irmãos mais velhos.


Foto (e legenda). © Fernando Hipólito (2014). Todos os direitos reservados.[Edição e legendagem complementar: logue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




Foto nº 2 > Tavira > Quartel da Atalaia > CISMI > Parada > Outubro de 1968 >"Os 'galardoados' com a especialidade de atirador de infantaria que tinham acabado a recruta integrados no 6º Pelotão da 3ª Companhia" > Da esquerda para a direita, de pé:

(i) Estrela (1), Fonseca (2), Pereira (3), João (4), Torres (5), Chichorro (6) e Joaquim Fernandes (7) (futuro fur mil, CCAÇ 2590 / CCAÇ 12, Contuboel e Bambadinca, 1969/71);

(ii) Santos (1a), Chora (2a), Salas (3a), Paulo (4a), Loureiro (5a), Saramago (6a)

Foto (e legenda): © Eduardo Francisco Estrela (2020). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




Foto nº 3 > Bilhete de identidade militar do César Vieira Dias, sold do CSM nº 197356/68, emitido em 16/7/1968. Ao alto do lado esquerdo,  há um nº, o 847,  escrito a lápis, que deveria  corresponder ao  número interno do CISMI, atribuído ao César Dias na recruta...

Foto (e legenda): © César Dias (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

Foto nº 4 > Tavira >  CISMI >  1972 >  António Alves da Cruz,  em farda nº 3, junto às salinas, tendo o antigo Convento das Berrnardas ao fundo....


Foto nº 5 > Tavira > CISMI >  4ª Companhia >  3º Pelotão >  16/6/1972 >  Salinas... O antigo Convento das Bernardas ao fundo... O António Alves Cruz, atirador de infantaria, em farda nº 2


Foto nº 6 > Tavira > CISMI > 4ª Companhia > 3º Pelotão > 16/6/1972 > Salinas... O antigo Convento das Bernardas ao fundo... Um pelotão com 38 elementos...


Fotos (e legendas): © António Alves da Cruz  (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




Foto nº 7 > Tavira > CISMI > 1968 > O César Dias, natural de Torres Novas (á esquerda) e o António Branquinho, filho de Évora (à direita)... Ambos foram parar à Guiné... O Branquinho à CCAÇ 2590 (mais tarde, em 18/1/1970, CCAÇ 12) (Contuboel e Bambadinca, 1969/71).

Foto: © César Dias (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Foto nº 8 > Tavira >  CISMI > 1968 > 3ª companhia (instrução de especialiade: Atirador de infantaria) > O Branquinho é o 3º da primeira fila a contar da direita... O Levezinho é o 3º da 2ª segunda, a contar também da direita. Não consigo identificar o Fernando Hipólito.



Foto nº 8A > Tavira >  CISMI> 1968 > 3ª companhia (instrução de especialidade: Atirador de infantaria) > Lado esquerdo do grupo


Foto nº 8B >Tavira > CISMI> 1968 > 3ª companhia (instrução de especialidade: Atirador de infantaria) > Lado direito do grupo > O Branquinho é o 3º da primeira fila a contar da direita... O Levezinho é o 3º da segunda fila, a contar também da direita. "Na foto 8B quase identifico todos, foram meus camaradas na recruta no 7º. Começando á direita o aspirante Coelho que tinha sido nosso também na recruta, depois um desconhecido, depois o Levezinho, depois o Hipólito e mais um desconhecido. Em baixo:à direita o Simões Santos (já falecido), depois o Freitas, depois o Branquinho, e o Quarteira. Estes que identifiquei foram do 7º pelotão da 3a companhia incluindo o Aspirante Coelho que conseguiu granjear a simpatia de todos." (César Dias).

Fotos: © Fernando Hipólito (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Foto nº 9 > Tavira > CISMI > 1968 > Pormenor do jantar do dia  do juramento de bandeira. (1)... O Tony Levezinho, visto de perfil, tendo em frente (lado direito da foto, a olhar para a máquina) o César Dias, que por sua vez tem à sua direita o Fernando Hipólito... Os três tiveram destinos diferentes: o Hipólito foi para Angola, o Levezinho e o Dias para a Guiné, um para Bambadinca e outro para Mansoa


Foto nº 9A >Tavira > CISMI > 1968 > Pormenor do jantar do dia  do juramento de bandeira... (2)
 


Foto nº 10 >Tavira > CISMI > 1968 > 3º Turno > Desfile do juramento de bandeira...  3ª Co,mpanhia (identificou o Humberto Reis)



Foto nº 10A >Tavira > CISMI > 1968 > Desfile do juramento de bandeira... "2º Pelotão da 3ª Companhia do 3º turno de 1968.Eu estou na 3ª fila, em 1º plano, com óculos escuros que usava desde 1965. Alguém consegue identificar mais algum elemento? Agradeço a ajuda" (Comentário de Humberto Reis)


Foto nº 10B >Tavira > CISMI > 1968 > Desfile do juramento de bandeira > "Humberto Reis, deves estar a fazer confusão, na foto nº 10 assinalado a amarelo é o Filipe pois o pelotão que está a desfilar é o 7º, ele também usava óculos." (César Dias)

Fotos (e legendas): © César Dias (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Foto nº 11> Tavira > CISMI > Quartel da Atalaia > 1968 >  "Há 49 anos dava entrada no CISMI - 4.ª companhia. Deixo de lado as coisas menos boas para olhar com ternura o tempo de juventude. Foto: regresso da Semana de Campo. À excepção do cabo miliciano (...) todos os recrutas são naturais de S. Miguel - Açores. 

Da esquerda para a direita: Carlos Alberto Pereira Rangel; José Luís Vasconcelos Botelho; cabo miliciano; Domingues e eu, Carlos Cordeiro [saudoso membro da nossa Tabanca Grande, 1946-2018; fez a sua comissão em Angola, como fur mil at inmf, no Centro de Instrução de Comandos, 1969/71 ].

Fonte: Facebook > Grupo dos Antigos Militares do CIQ-CISMI, Tavira e QG Évora > Carlos Cordeiro > 17 de janeiro de 2017 (com a devida vénia..:)






Foto nº 12 > Guiné > Zona Leste > Setor L1 > CCAÇ 12 (1969/71> c. 1970 > 2º Grupo de Combate > Estrada Bambadinca-Xime > Destacamento da Ponte do Rio Udunduma > Da esquerdapara a direita: oTony (Levezinho) e o Humberto (Reis) sentados na "manjedoura"... Era ali, protegidos da canícula, por uma chapa de zinco, à volta de uma tosca mesa de madeira, entre duas árvores, com vista sobre o espelho de água do rio Udunduma, afluente do Geba..., era ali que tomavámos em conjunto as nossas refeições, escrevíamos as nossas cartas e aerogramas, jogávamos à lerpa, bebíamos um copo, matávamos o tédio e os mosquitos... Já ninguém se lembrava que tudo começara, para os "infantes",  em Tavira ou Caldas da Rainha..

Na imagem, o Tony (Levezinho), à esquerda, segurando uma granada de LGFog de 3.7. À direita, o Humberto Reis, o nosso "ranger"... e fotógrafo. O 2º Gr Comb ficou, cedo, entregue aos dois furriéis, Levezinho e Reis... O alf mil António Carlão, oriundo do CSM, foi destacado... para a equipa de reordenamento de Nhabijões ( a gigantesca tabanca, ou aglomerado de tabancas, de maioria balanta, onde a rapaziada do PAIGC se dava ao luxo de entrar e sair quando lhe apetecia...).

Foto: © Humberto Reis (2006). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]-



1. Pediu-me o Humberto Reis algumas fotos de Tavira, e nomeadamente do CISMI, onde ele fez recruta (a especialidade foi tirada em Lamego). O meu vizinho de Alfragide e antigo camarada da CCAÇ 2590 / CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, 1969/71), e colaborador permanente do nosso blogue (mais: um dos históricos do nosso blogue), passa agora uma boa parte do ano no Algarve. E há dias calhou passar por Tavira e vieram-lhe... as "saudades".


Fiz-lhe uma primeira seleção de fotos (e de postes) sobre Tavira, com destaque para o CISMI (Centro de Instrução de Sargentos Milicianos de Infantaria) que funcionava no Quartel de Atalaia. (O CISMI foi criado em 1939 e extinto em 1989.)

Ninguém sabe ao certo quanto sargentos milicianos formou aquele centro de instrução durante a guerra do ultramar / guerra colonial. Muitos e muitos milhares, a maior parte atiradores de infantaria.  Muitos de nós passámos por lá. E quase todos temos uma relação de amor-ódio em relação àquela terra e àquele quartel.

Como em tudo na nossa vida, houve coisas boas e más...Cada um de nós fará o balanço, o deve e o haver... A verdade é que alguns de nós já voltaram lá, em "romagem de saudade", ao "local do crime"... Masoquistas ? Nem por isso,  a Taviráfrica também foi uma aventura... (Por analogia com a "Máfrica", Mafra, EPI, a grande fábrica de oficiais milicianos de infantaria, chamo Taviráfrica a Tavira...).

Para o Humberto (e os demais leitores) fizemos uma primeira seleção dos inúmeros postes que temos no blogue sobre Tavira (n=77) e o CISMI (n=58)...  

Temos muitos "tavirenses" na Tabanca Grande, o quer dizer que Tavira (ou a Taviráfrica) era uma boa porta de entrada para a Guiné.... O nosso convite para revisitar Tavira, o CISMI, o quartel da Atalaia, a carreira de tiro, e os arredores,  é também uma forma de avivar memórias, coisa que só faz bem aos nossos neurónios. 

Todos os comentários serão bem vindos, Será uma pena a malta levar para o outro mundo as lembranças desse tempo e lugar...


Lembranças de Taviráfica, do CISMI e do quartel da Atalaia  -  
Parte I


Listagem de postes: data, númeiro, título, autor(es), link

15 de julho de 2024 > Guiné 61/74 - P25746: (De)Caras (301): Quem seria o instruendo nº 821, do 3º turno de 1968, 3ª Companhia de Instrução, Centro de Instrução de Sargentos Milicianos (CISMI), Tavira ? Pergunta ao César Dias, que era o nº 847/3ª, desse turno (Eduardo Estrela, ex-fur mil, CCAÇ 14, Cuntima e Farim, 1969/71)

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2024/07/guine-6174-p25746-decaras-301-quem.html


28 de agosto de 2023 > Guiné 61/74 - P24595: Álbum fotográfico do António Alves da Cruz, ex-fur mil at inf, 1ª C/BCAÇ 4513/72 (Buba, 1973/74) (1): Das salinas de Tavira ao CTIG


https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2023/08/guine-6174-p24595-album-fotografico-do.html

27 de abril de 2021 > Guiné 63/74 – P22145: Estórias avulsas (105): Pequeno almoço às 2 horas da manhã (Joaquim Ascenção, ex-Fur Mil Arm Pes Inf, CCAÇ 3460, Cacheu, 1971/73)

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2021/04/guine-6374-p22145-estorias-avulsas-105.html

31 de dezembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21719: (Ex)citações (382): Tavira, CISMI, por quem nenhum de nós morreu de amores... (João Candeias da Silva / Carlos Silva / Luís Graça)

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2020/12/guine-6174-p21719-excitacoes-382-tavira.html


28 de dezembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21702: (De)Caras (167): o ten inf Esteves Pinto (1934-2020), que foi instrutor de alguns de nós no CISMI, em Tavira, e que morreu no passado dia 18, com o posto de cor inf ref



14 de março de 2020 > Guiné 61/74 - P20732: Memória dos lugares (402): Tavira, o CISMI, e Cacela A Velha... (Eduardo Estrela, ex-fur mil at inf, CCAÇ 14, Cuntima, 1969/71)


13 de março de 2020 > Guiné 61/74 - P20728: Em busca de... (302): instruendos do CISMI, Tavira, a tirar a especialidade de atiradores de infantaria, 6º Pelotão / 3ª Companhia, outubro de 1968: "Eu, o Torres, o Joaquim Fernandes, o Loureiro e o Saramago fomos todos para o CTIG...mas dos outros gostava de saber do paradeiro"... (Eduardo Francisco Estrela, ex-fur mil at inf, CCAÇ 14, Cuntima, 1969/71; vive em Cacela)

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2020/03/guine-6174-p20724-em-busca-de-302.html

2 de maio de 2019 > Guiné 61/74 - P19736: (Ex)citações (352): In illo tempore, o Alferes José Cravidão, no CISMI de Tavira (Manuel Luís Lomba, ex-Fur Mil da CCAV 703 / BCAV 705, Bissau, Cufar e Buruntuma, 1964/66)

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2019/05/guine-6374-p19736-excitacoes-352-in.html

1 de julho de 2017 > Guiné 61/74 - P17532: O nosso livro de visitas (191): Américo Santos, ex-Fur Mil TRMS, retratado, enquanto recruta do CSM, em foto publicada no nosso Blogue (Américo Santos, Fur Mil TRMS / César Dias, Fur Mil Sap Inf)

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2017/07/guine-6174-p17532-o-nosso-livro-de.html

25 de junho de 2014 > Guiné 63/74 - P13330: In Memoriam (191): António Manuel Martins Branquinho, natural de Évora (1947-2013), ex-fur mil at inf, CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71)... Para que a sua memória não fique na "vala comum do esquecimento"


3 de fevereiro de 2014 > Guiné 63/74 - P12673: Manuscrito(s) (Luís Graça) (18): Gostei de voltar a Tavira (Parte I): A estação da CP

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2014/02/guine-6374-p12673-manuscritos-luis.html


24 de fevereiro de 2014 > Guiné 63/74 - P12770: CISMI - Centro de Instrução de Sargentos Milicianos de Infantaria, Tavira, 1968: Guia do Instruendo (documento, de 21 pp., inumeradas, recolhido por Fernando Hipólito e digitalizado por César Dias) (5) : Quinta e última parte (pp. 19-21): O jornal "Atalaia" , a rádio "CISMI"... e as 29 capelas e igrejas de Tavira

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2014/02/guine-6374-p12770-cismi-centro-de.html


5 de fevereiro de 2014 > Guiné 63/74 - P12678: Manuscrito(s) (Luís Graça) (19): Gostei de voltar a Tavira (Parte II): O quartel da Atalaia (ex-CISMI -Centro de Instrução de Sargentos Milicianos de Infantaria)


https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2014/02/guine-6374-p12678-manuscritos-luis.html


5 de fevereiro de 2014 > Guiné 63/74 - P12678: Manuscrito(s) (Luís Graça) (19): Gostei de voltar a Tavira (Parte II): O quartel da Atalaia (ex-CISMI -Centro de Instrução de Sargentos Milicianos de Infantaria)

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2014/02/guine-6374-p12698-manuscritos-luis.html



Tavira > Quartel da Atalaia > Antigo CISMI, hoje RI 1 > 1 de fevereiro de 2014 > Belo exemplar da nossa arquitetura militar, fica situado na Rua Isidoro Pais. Imóvel classificado como de interesse público, segundo o excelente síio da Câmara Municipald e Tavira

 O Quartel da Atalaia, um dos mais antigos do país, foi começado a construir em 1795, sob o reinado de D. Maria I. Mas a sua construção foi entretanto interrompia e só retomada em 1856 devido á conjuntura nacional desfavorável (ida da corte para o Brasil, invasões napoleónicas, revolução liberal de 1820, guerra civuil de 1828-1834, etc.). 

"Com a extinção das Ordens Religiosas, é entregue ao exército o antigo Convento de Nossa Senhora da Graça, que alguns de nós também conheceram. O Quartel da Atalaia, ainda por concluir, serviu ainda de hospital das vítimas de peste de cólera que se abateu sobre a cidade (e grande parte do país, a começar pela capital) em 1833, em plena guerra civil. 

Em boa verdade o edifício só ficará concluído  nos primeiros anos do século XX, sendo  então para lá transferida a guarnição de Tavira. Sofreu alguns alterações funcionais em 1950, 1954 e 1970.

Foto (e legenda): © Luís Graça (2014). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Alguns comentários 

(i) Eduardo Estrela:

Sobre Tavira, e o sítio onde fizemos os fogos, no último trimestre de 1968, escreveu o Eduardo Estrela o seguinte comentário ao poste P20732:

(...) "Bom dia Luís! É uma alegria enorme ouvir falar da nossa terra com tanto carinho e amor. Obrigado pelas tuas palavras elogiosas. Façamos votos que haja coragem de preservar a autenticidade desta parte do Algarve denominada Sotavento.

Seguindo o percurso da EN 125, no sentido Tavira-Vila Real Sto. António, passamos Conceição de Tavira e, cerca de 3 km mais á frente, há uma estrada à direita que vai ter ao sítio do Lacem. Foi neste sítio, local de confluência dos concelhos de Tavira e Vila Real, que fizemos os fogos reais, numa arriba sobranceira á ria e ao mar. Dista de Cacela Velha em linha recta, mais ou menos 1 km.

O fabuloso tasco da Fábrica era do Costa, onde se comiam todas as iguarias da Ria, com a particularidade de saberem divinalmente. O Costa era compadre do meu sogro, pois era padrinho de baptismo duma das minhas cunhadas. 'O mundo é pequeno e a nossa Tabanca... é grande.' (...)

14 de março de 2020 às 13:13


(ii) Manuel Carvalho:

Também andei por Tavira no verão de 67,  3º turno  de Armas Pesadas de Infantaria. Tenho algumas memórias do dia em que fizemos fogo para a ilha de Tavira a partir da costa.O comandante de companhia  era o capitão Madeira, natural de Cabo Verde,  e de Pelotão era o alferes Chumbinho,  exigente mas que nos tratava, com respeito, por "senhor instruendo".

Quando íamos iniciar o fogo de canhão sem recuo 10,6 vimos que estavam na zona dois barcos pequenos com um pescador cada. o Chumbinho disse que resolvia o problema com uma canhoada e resolveu embora um oficial superior que lá estava tivesse dito "não me arranje problemas",

Ainda hoje me rio com a cena dos dois homens a remar cada um para seu lado e nem a recolha do material fizeram. 

Na ilha havia um silvado que foi incendiado com uma granada de fósforo e depois apagado com uma normal que atirou areia para cima do lume.Alguém pôs um burnal velho atrás do canhão para vermos o efeito e vimos que não é lugar para se estar.

Também fui dos que escolheram Armas Pesadas a pensar que ficaria mais resguardado mas tinha uma secção distribuída como qualquer Atirador e muitas vezes o Pelotão todo, é a vida.


(iii) Henrique Cerqueira

Tavira... Já aqui comentei que foi a minha pior experiència de vida militar.

Conto assim um pequeno episódio logo na minha receção a Tavira.

Viemos em 1971 os recentes recrutas das Caldas da Rainha para Tavira tirar a especialidade. Como chegamos a Tavira por volta das 21:00 horas já não havia jantar para a malta e então muito "convenientemente" para o exército foi-nos excecionalmente permitido licença de sair até á meia-noite.

Lá formamos uns grupinhos e fomos aos cafés tentar aconchegar o estômago. Num dos cafés alguém da malta tinha no saco uma lata de salsichas e toca a perguntar ao dono do café se nos podia aquecer a lata e nos fornecer pão para acompanhar.

O dono (que por acaso era um Sargento como em quase todo o comércio da altura estava nas mãos de sargentos ou oficiais do Q.P.)então ele logo disse muito solicitamente que sim senhor e que entendia a nossa causa (falta de dinheiro).

Lá comemos as salsichas e torradas de pão de forma e uns sumitos. No final o tal "simpático dono" debita-nos doze cachorros quentes. Nós reclamamos... e a seguir fomos passar o resto da noite á prisão do quartel e fomos obrigados a pagar os tais cachorros.

O Sargento até era do quartel e por mero acaso também tinha uma tasca quase em frente ao quartel que mais tarde vim a descobrir que alguma comida do refeitório era estrategicamente desviada para os petiscos que lá vendiam aos instruendos ...logo se vê.

Enfim naquela altura a maioria dos civis comerciantes ou não viviam as custas dos instruendos e não tinha pejo nenhum em explorar a malta. Em alguns casos até os pais com filhas casadoiras as enfiavam pelos olhos dentro da malta . Não sei se lembram dos "Casamentos de Parada" tão famosos em Tavira.

Pra juntar á "Festa" a grande maioria dos oficiais e sargentos de instrução em Tavira eram desumanos e desrespeitadores (isto para ser brando nos adjetivos ). Creio que hoje em dia será diferente, mas para mim Tavira nunca mais em termos pessoais.

4 de fevereiro de 2014 às 12:29


(iv) José Marcelino Martins


Saudades de Tavira e do Rio Séqua.

4 de fevereiro de 2014 às 14:41


(v) Luís Graça

Henrique: Obrigado pelo teu comentário... Dois meses e meio, em Tavira, na tropa, em finais de 1968, não dão para viver e guardar na memória grandes peripécias, paixões, amizades, acontecimentos galvanizantes, figuras marcantes, lugares...

A instrução era puxada, e o corpinho ressentia-se...

Lembro-me do meu comandante, o tenente Esteves, um típico militar da época.. lembro-me de ouvir falar do Robles e do Trotil, mas não sei se ainda lá estavam nessa altura...

Lembro-me isso, sim, de um filho da puta de um alferes instrutor, dos vellhinhos, algarvio, que nos humilhava, obrigando-nos a chafurdar na merda da feira do gado, enquanto namorava, à janela,, uma gaja da terra...

Lembro-me do idiota do comandante do RI1 (coronel do tempo da guerra do Solnado...) que nos proibiu a inauguração de uma exposição (documental) sobre a a II Guerra Mundial com o argumento, tonto, de que para guerra já bastava a nossa, lá no ultramar...

Lembro-me da velha e anafada prostituta, andaluza, de olho azul, que morava perto do quartel da Atalaia, e que tirava os três aos infantes...

Lembro-me da amázia (?) de um sorja ou de um tenente qualquer que nos acompanhava nos exercícios de campo, vendendo-nos sandochas e bebibas... Acho que tinha uma carroça... 

Tavira era triste como era triste o meu/nosso país em 1968... Não sei se lá chorei, mas devo ter rangido os dentes, algumas vezes. De raiva...

Dos "casamentos na parada" ouvi falar, mas não sei se era lenda... Nunca assisti a nenhum, ou então nunca liguei... A verdade é que aquelas miúdas, de sangue fenício, romano e bérbere, eram verdadeiros "lança-chamas"...

Concordo com o teu juízo: os nossos instrutores, na tropa, na época, estavam longe de ser as melhores pessoas do mundo... Acho que merecíamos muito mais e melhor, aqueles de nós a quem calhou, na rifa, a fava da Guiné... Alguns eram mesmo uns pobres diabos, sádicos, prepotentes, mesquinhos, fanfarrões, boçais, incultos... que nem para soldados básicos eu os queria na Guiné...

4 de fevereiro de 2014 às 21:44

(vi) Henrique Cerqueira


Camarada Luís Graça: retratas na perfeição tudo aquilo que se passava na altura. E olha que não me queixo da dureza da verdadeira (?) instrução, mas tão somente de pessoas e te digo mais que houve mais cenas de desumanidade praticadas por instrutores nossos.

Uma das muitas que me aconteceu foi por exemplo em plena serra do Caldeirão eu estar com tanta fome que de noite arrisquei uma sortida junto da cozinha de campanha e apanhei uma terrina com patas de galinha e pescoços (penso que aí no sul lhe chamam de pipis?) que eram para as petiscadas dos tipos e vai daí comi aquilo tudo mesmo cru .

Já para não voltar a falar de humilhações praticadas por oficiais milicianos e sargentos durante essas noites de semana de campo. Ainda hoje com 64 anos e bem vacinado contra comportamentos erróneos eu me arrepio todo e ao ler o teu comentário eu me emocionei.

Infelizmente eu associo Tavira as esses comportamentos selváticos que na altura se praticavam em alguns dos quarteis que nos deveriam transformar em Homens preparados para defender o país. Mas não o fizeram e nada ,absolutamente nada me ensinaram que pudesse aproveitar para a vida militar. Ou seja talvez me tenham apurado muito mais o meu instinto de sobrevivência ,daí eu já ter escrito mais que uma vês que na Guiné eu tudo fiz para "viver e sobreviver ".

Quem quiser que entenda como melhor achar. Luís, desculpa lá mas isto hoje deu mesmo para o desabafo. (...)

4 de fevereiro de 2014 às 22:06


PS - Em relação aos casamentos na parada eu penso que era no sentido figurado. Mas na verdade a malta era obrigado a casar por ordem militar e em Tavira quando os paizinhos se iam queixar que as suas "donzelas" tinham sido "desonradas" por este ou aquele instruendo. Aconteceu pelo menos com dois camaradas meus. Daí se dava o nome de "Casamento na parada".

Agora um aparte. As miúdas Algarvias da altura até que eram tentadoras, lá isso eram .

4 de fevereiro de 2014 às 22:15

(vii) César Dias:

Luis, também eu estive 6 meses em Tavira, recruta na 3ª Companhia e na especialidade de Sapador na 2ª Companhia, e pelos vistos estivemos no mesmo turno, com o tal tenente Esteves do qual me recordo como se divertia ao anunciar á sexta feira os cortes nos fins de semana "o militar é a parte válida do povo e como tal não há fim de semana para ninguém". Eu penso que ficámos retidos algumas vezes porque foi nessa altura que Salazar caiu da cadeira. Sobre esse Alferes, lembro-me que era Algarvio e também dava instrução de provas fisicas ao meu pelotão, deves-te lembrar do meu pelotão, pois andavam todos com um estropo de corda ao ombro, fazia parte da farda. Tudo o que referes avivou-me a memória já muito fraca, mas foi a parte de Tavira que conheci. (...)

4 de fevereiro de 2014 às 23:58


(viii) José Manuel Lopes:

Estive em Tavira, 3 meses. Recordo os bons e maus momentos que lá passei, o alferes Luz, algarvio, que nos deu cabo do coiro e do juizo.

Recordo que estive 3 meses sem ver o meu Douro, meus pais e irmãos, no principio com a desculpa que a Régua era muito longe, e quando o comboio lá chegasse estava na hora de apanhar o de regresso.(ainda havia comboios), depois porque aprendi a gostar do Algarve, das sua praias, da agua quente daquele mar, das lindas meninas queimadas pelo sol e até porque melhorei muito o meu ingles aprendido no liceu. Foi bom e há...!? ainda não tinha 20 anos!!!